segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

INICIAÇÃO AO TANTRA

Iniciação ao Tantra

 - O que uma pessoa comum precisa saber, o que ela precisa conhecer e receber diretamente de um Guru, e no caso, de um Guru Tantrico? Que tipo de conhecimento pode, de fato, trazer uma luz espiritual que não se apague jamais? Que tipo de conhecimento tem um valor perene que não seja reduzido e nem modificado pelas condições? Qual é a palavra verdadeira sobre a libertação? Como ter acesso ao poder, ao prestígio, a energia inesgotável do Universo? Que tipo de conhecimento pode ser dado por via indireta, que seja tal qual a tradição oral?

Segundo o Tantra, a vida, ela somente existe nas relações de Poder, que se chamou na Índia medieval de Shakti, inclusive o livro Shakti e Shakta de Arthur Avalon (Sir John Wodroffe), foi um marco na historia humana, e este viés, afirma que todas as relações são de poder,  e que ele é mantido por todos nós de um modo muito bem dissimulado, pois parece que buscar ter poder ou mesmo utilizá-lo, tornou-se politicamente incorreto na sociedade atual, e na verdade, a atual sociedade criou diversos mecanismos de dissimulação  desta nossa natureza. O que é este poder que é motor das nossas vidas? O que é Shakti? Milhares de textos criados de colagens, causaram um serviço de desinformação mais eficiente que a linguagem intencional das metáforas tântricas e hoje não se tem de fato um viés espiritual capaz de sustentar-se diante das exigências e da evolução da sociedade. Embora este conhecimento exista desde o século X dele vem sendo retiradas partes e colocadas em outros contextos gerando mais problemas que soluções para quem senta a necessidade espiritual. Pessoas sem nenhuma iniciação real, dada por um mestre qualificado tem causado mais prejuízo do que ajudado a humanidade.

A SITUAÇÃO
A primeira coisa que precisamos determinar é a “definição da situação” do ente, que podemos chamar de Eu, de nós, ou de Espírito etc. Esta situação de um Eu que vive pelo poder e dele dependemos em tudo para viver e mesmo existir, é esta situação que precisa ser definida como definitiva e inescapável, é melhor definir que somos devotos da Shakti, da força, do que acreditar que o homem é um selvagem sendo domesticado pela socialização, o que é uma grande bobagem sociológica. Nada mudou, somos filhos do poder, e apenas mudamos como operar este poder de forma que se torne imperceptível, que seja subliminar. Todos nós buscamos o poder nas relações em 100% do nosso tempo, e em nenhum momento não estamos buscando o poder nas relações, mesmo quando estamos conscientemente não usando nosso poder, o fazemos para estar acima dele, ou seja, ter um poder de compreensão acima dos demais. Quando você consegue definir a sua situação como adepto do poder, é quando você se torna um Shakta, um adepto do Tantra.

A relação de poder existe na medida em que algumas definições da situação são mais legítimas do que outras, e essa legitimidade é a resultante de quem tem o poder de propor e sustentar a definição das situações ao longo de um tempo maior, e de repeti-lo mais vezes. Então um segundo ponto na relação do poder é o uso da definição para tornar a relação “verdadeira”, legítima, esta definição é feita pelo uso da palavra, então a palavra já é a definição de um campo de força ou energia, e que cria uma realidade, uma relação de poder pela emissão do som, a palavra é mantra, pois é ela que dá o poder, pois ela define uma situação para si mesmo e para os demais. Definindo mal a situação podemos nos expor a outra forma de poder que é sempre uma forma fundamental de coerção social. Trata-se de buscar um resgate da sua situação nas categorias de "coerção social" que existem por aí. Quando você perde sua definição, perde seu campo de energia, e naturalmente precisa buscar apoio e reação nos outros, para sentir-se “vivo” então por definição um Shakta é aquele que dominou este processo de definição, ou seja, é capaz de interagir com os campos de energia dos demais, sem necessitar de aprovação, pois ele mantém seu próprio campo de definições,  como uma individualidade dentro do todo, e isto só é possível quando você pode “manter-se” ou ter um vínculo com seu poder, pois sua definição da situação está correta e pode ser posta a toda a prova. E então o Tantra nos fala de ritualizações nestas relações de poder, e as pessoas imaginam que tenham que fazer algum rito ou seguir um ritual, quando na verdade todas as relações de poder já são ritualizadas. Então se uma pessoa usa um tipo de roupa e se comporta de uma determinada maneira, é para dizer que pertence a um determinado grupo e que tem um certo tipo de poder. Naturalmente há um desgaste nas relações, pois elas só poderiam evoluir se houvesse uma mesma situação em andamento nas relações, e com as características pessoais mantidas por cada um, pois todos precisamos do Soma, de ter acesso ao nosso poder todos os dias.
Uma situação definitiva, requer um sentido do Poder, e este sentido do Poder, é ele que nos dá o Gozo, a inteireza, a iluminação que está ao lado, junto de nós o tempo todo, o que se chamou de Samadhi, um êxtase que nos acompanha. Então o Gozo é o sentido de algo realizável, sempre é no sentido da situação definida pelo poder, a Shakti. Não existe nenhum outro sentido do Gozo, ele está etimologicamente vinculado ao poder.

Os hindus tântricos medievais então imaginaram que este poder era tríplice, e assim denominaram três tipos de Shakti, três tipos de poder:
Ichhá, Jnana e Kriya significam respectivamente, o desejo ilimitado, o conhecimento ilimitado e a ação ilimitada, então o que nós chamamos de Consciência eles chamavam de Shiva, Relacionado  Shiva com Shakti, com o poder, eles emitem o que  são os chamados "três cantos" - Icchashakti , o poder primal da Vontade,  também conhecidos como Sadashiva ou Sadakhya, que é vontade de potencia de Nietzsche. - Jnanashakti  o poder primal do conhecimento " também conhecidos como Ishvara e Kriyashakti o poder primal de ação interior, também conhecido como Sadvidya.  Ou seja, “EU sou isto” é Ichhá shakti, o desejo ilimitado;  “ISTO sou eu” é Jnana Shakti, o poder do conhecimento e a terceira força ou poder está na duplicidade de “EU sou isto” e “ISTO sou eu”, o poder da ação.

Assim temos que o EU ou Shiva está unido ao poder de ser e podemos chamar Shiva-Shakti de EU SOU com sendo a raiz do universo e que a partir desta união inseparável surge um terceiro elemento que é Icchá Shakti e que é o EU sou isto, a primeira inclusão de um objeto, e que representa a vontade de potencia universal de ser, uma vez que tal poder esta bloqueado para ser ele mesmo diretamente, assim não poderia ser EU SOU EU, pois necessita de um objeto externo. E por isto o Eu é Anatman, ou destituído de Alma ou espirito, pois o espirito na verdade é a energia do Eu, a Shakti, logo não existe uma evolução espiritual, tudo que pode ocorrer será e estará restrito a necessidade de ser do Eu pela sua força, pelo seu poder, no caso, de ser pela energia da Shakti. Desta forma tudo que rodeia o Eu será imediatamente capturado como sendo sua extensão mesmo, como um ISTO a ser incorporado como extensão de seu poder.

Cada etapa destas é denominada de Tattwa ou de etapa, sendo a primeira etapa da evolução da força, o EU SOU, Shiva e Shakti e sem seguida o “EU sou isto” a primeira captura de algum objeto externo, este poder é que se chama de Icchá, e em seguida, surge o “ISTO sou Eu” pois agora o objeto faz parte do Eu, foi incorporado e este poder de incorporação se chama de Jnana. Como resultado do processo anterior, surge a possibilidade de alteridade entre os dois momentos, a atividade interna como sendo “EU sou isto” e “ISTO sou Eu” e com isto é criada o que chamamos de consciência interna, ou mente.

Relacionando os cinco poderes temos:

EU – Shiva o poder absoluto.
SOU – Shakti, a força absoluta.
EU sou isto – Ichha, a primeira força.
ISTO sou Eu – Jnana, a primeira criação, a segunda força.
EU sou isto e ISTO sou Eu – Kriya, a atividade interior, a terceira força.

Pelas três forças acima o ente surge com um Ser capaz de capturar o mundo externo através dos sentidos e assim surgem cinco forças secundárias, ou capacidades limitadas, mas que existem como resultado das três forças fundamentais. A capacidade de ver a parte é a primeira destas forças, então a consciência que tem todo o poder ilimitado e tem a atividade interior, Kriya, agora pode ver um único objeto e separá-lo do todo (Kaala), a segunda capacidade é a de conhecer esta parte limitada quem tem origem na força Jnana (vidhya), a terceira força secundária é a de ter uma ligação ou experiência com a parte limitada advinda da Iccha ou vontade primordial (Raga)), e quarta força secundária diz respeito a capacidade de ter uma noção do tempo, gerando um passado e  um futuro, mas com total incapacidade para ter a noção do presente (Kalaa) e esta força vem da Shakti como SOU. E assim temos a quinta força secundária, a capacidade de ter uma noção de espaço e forma gerando a noção de estar realmente ocupando um corpo em um determinado espaço (Nyati) e esta força é um reflexo direto de Shiva ou do EU.

Então temos que as cinco forças primeira geram mais cinco secundárias Kalaa que é a raiz de nossos sentimentos de impotência, mas nos dá a capacidade de ter poder e capacidade limitados a algo. Vidya dá origem à experiência de conhecimento e da compreensão limitada, Raga dá origem à sensação de estar sem uma força de vontade infinita, mas à mercê dos  desejos limitados; Kaala encobre o momento infinito supremo que é presente e dá origem à experiência do tempo sequencial, e Niyati encobre o suprema onipresença da consciência ou do Eu mas dá origem ao senso de separação de todas as outros “Eus" no universo.

A união das cinco forças ou energias em torno de um único ente produz a individuação ou o que denominamos de “Homem” capaz de vivenciar uma realidade objetiva e subjetiva o que se denominou de Purusha, o homem que convive com sua energia nutriz, com o conjunto de forças que é próprio dele e que se chamou de Prakrti. Então cada pessoa tem sua força, que é o resultado de todo seu processo exterior e agora ele precisa possuir instrumentos interiores capazes de fazê-lo lidar com a realidade objetiva, externa, sem estes instrumentos ele ainda seria um animal.

Agora este homem pode fazer distinções internas, compreender subjetivamente, esta força se chama de Buddhi, que novamente é a força ou o poder de compreender, ele também pode ter a posse das suas experiências, ter memoria delas, e esta força se chamou de Ahamkara e este homem pode sintetizar suas impressões em conceitos e imagens e esta força se chamou de Manas ou o que chamamos de mente.

Quando se fala de poder e de força, o homem está neste ultimo poder, está na força Manas, exercendo o seu poder percebendo o mundo pelo limiar do que suas impressões trazem a ele naquele momento não havendo nenhuma evolução e sim uma involução, pois ela está na mente fazendo o circuito contrario ao da criação, desta ultima força para a primeira força, então o poder cósmico agora é involutivo, e deve leva-lo desta ultima força até a primeira força se ele quer conhecer a si mesmo e o universo que o rodeia. Logo temos 15 forças ou Shaktis atuando no homem e todas elas se refletindo na ultima força, na mente, na apropriação das sensações e na compreensão.

Enquanto você respira estas forças são ativadas mantendo o corpo e a mente com energia advinda do som sutil, pois tudo que foi percebido tem um nome e uma forma e foi conhecido e então faz parte do universo interior deste homem, e por isto eu posso parecer arrogante ao dizer que as pessoas falam e ensinam sobre a “vida interior” ou “espiritual” sem a mínima noção do que isto significa, a vida interior é a vida das forças e do seu Poder. Tudo que existe para nós nos chega codificado pelas 13ª, 14ª e 15ª forças, como um resultado deste processo e  você não deixará de ser assim mesmo que seja submetido a um treinamento profundo em Tantra. Pois este processo de involução, da mente para o Eu, é o que se chama de Moksha ou libertação, então a vida do ente serve para ele ter experiências em um corpo e em uma mente, pois de outra forma o EU é apenas um morto vivo, como diz um velho ditado tântrico que Shiva sem Shakti é apenas um cadáver.
As experiências deste ente são o Gozo ou usufruto da vida, através da energia ou força, não existindo nenhum fim que não seja a própria experiência em si. Por este motivo quem busca o isolamento do Eu como meta, busca uma ilusão e somente encontrará uma vida de sofrimentos atrozes. Quem busca um Eu ético ou moral também encontrará dificuldades, pois são qualidades sociais, humanas.

Então temos:

1ª Emanação do poder Shakti, ou Universal
Shiva (eu)
Shakti (sou)
Icchá ( eu sou isto)
Jnana (isto sou eu)
Kriya ( eu sou isto e isto sou eu)
2ª Emanação do poder Shakti, ou poderes limitantes
Kalaa
Vidhya
Raga
Kaala
Niyati
3ª Emanação do poder Shakti, ou poderes Individuantes
Buddhi
Ahamkara
Manas
Prakrti
Purusha
Sistema Shakti Path º - Mestre Bhava 1996

O Tantrico não quer ser libertado da natureza, nem dos seres humanos e nem mesmo de si próprio, pois a compreensão das forças do poder  nos levam a concluir que vivemos um milagre, existir, ver, sentir cheiro, amar, sofrer, ser feliz, etc. Tudo é uma experiência rumo a um aprofundamento do mesmo processo e a sociedade é apenas um reflexo distante da nossa real condição,  e ainda, de que a condição iluminativa é apenas estar junto, ao lado, da experiência de ser. Logo o êxtase de estar separado de tudo, tão cultuado como Samadhi, é apenas o começo de um processo de estar junto, naturalmente a pessoa primeiro busca separar o mundano do espiritual para poder ter uma compreensão ou vivência do espiritual, e depois começa a fase tântrica quando o mundano se torna cada vez mais espiritual pois ela mesma não faz mais esta distinção, ou seja, ele está se aproximando da experiência, e ela agora é ao mesmo tempo mundana e espiritual e por fim a experiência mundana é exatamente a experiência espiritual.

Cada grupo de crentes segue a doutrina de sua espiritualidade, e todas elas são partes de um todo, pois cada uma delas visa atender a um determinado tipo de demanda dos fiéis, e a cada dia temos forças diferentes exigindo de nós algum tipo de ação. A natureza humana segue a força, se algo dá certo, ele crê, se algo não dá certo ele descarta e busca se unir a um sentido onde ele possa se sentir mais seguro e ter experiências mais gratificantes, nenhum ser humano está aqui porque foi inocente a ponto de ser puro, desde bem pequenos buscamos o lado da força em todos os aspectos das nossas vidas. Se vamos a uma festa ou fazemos viajem e sentimos a força lá, logo passamos a defender e estimular outros a fazerem o mesmo, no fundo nós queremos o bem do próximo. O Tantra não possui um formulário que ensina a todos como lidar com suas forças, em vez disto o Tantra nos ensina a se conectar com a força, e com o sentido dela, o que um mestre de Tantra faz é exatamente lhe levar de volta para este caminho que você já trilhou desde pequeno. Uma pessoa que tem poder tem a capacidade de se conhecer e criar em si uma condição passiva e benévola, mas uma pessoa desconectada de seu poder, agirá de modo destruidor e predatório, pois entende que assim se obtém sua força. Há o risco do Narcisismo, da eugenia, e muitos falsos mestres prometem ensinar comportamento ou etiqueta, ou regras morais como se isto fosse um caminho seguro ou verdadeiro, na verdade Shakti é poder, e bem como assinalou Nietsche, a vontade de potência é do Espírito humano, sem ela surge o homem ladino, que é destituído de vigor e de qualidades morais.

INICIAÇÃO PRESENCIAL
Desde o ano de 1986 que eu venho dando a Diksha que é a iniciação formal pelo sistema Shakti Path, que na verdade trata-se de uma transferência de energia ao iniciante, para que ele vivencie a energia e assim encontre em si mesmo o caminho para se conectar com sua força, e desta forma ele possa reconhecer quando está alinhado com a força. Neste sistema tradicional existem duas vertentes. Uma é chamada de espontânea ou NYASA-SPANDA, quando o iniciante percebe que se conectou com a força, e a outra vertente é pelo uso do poder imposto pelo iniciador, esta força que se chamou de Hatha, e se chama de NYASA-HATHA, e esta segunda forma é mais indicada para quem tem treinamento em Yoga, Pilates etc. e a primeira forma serve para qualquer pessoa. Na primeira forma usa-se o mantra não associado ao Prana e na segunda forma se usa o mantra associado ao Prana. O papel do Guru não é o de ser um guia e sim de ensinar a pessoa a se reconectar com sua própria força, e para tal se usaram de muitos artifícios, como locais, preparações, psicologia, música, dança etc. Na verdade estes artifícios são dispensáveis, pois apenas servem para infundir confiança no iniciador, o que para o Tantra, é dispensável.

PÓS INICIAÇÃO
Após a iniciação os dois grupos seguem caminhos distintos, os adeptos da força Hatha fazem sua meditação sentados do modo tradicional e os adeptos do método Spanda fazem na atividade diária e se chama  de meditação dinâmica. Ao longo do tempo se percebe que as mulheres preferiam o método Spanda e os homens preferiam o método Hatha mas na prática isto não se tem mostrado muito útil, e pela minha experiência a imensa maioria das pessoas devem se conectar pelo método Spanda, é mais fácil e o método Hatha deve ser para pessoas mais treinadas.

INTEGRAÇÃO DOS SISTEMAS TRADICIONAIS
Segundo o Tantra tradicional, tudo surge do som, Shabda como manifestação, e logo surgem as possibilidades de produção de sons como um alfabeto chamado de Devanagari, e assim um corpo Sutil, um corpo sonoro, ou vibracional, Spanda, em que as letras estão distribuídas da seguinte forma:
Original de V. Krishnaraj
A correspondência entre o Sânscrito e o Latim ou outras línguas Indo européias não altera o fundamento de seu sistema energético, que é sempre o mesmo, e quase todas tiveram sua origem no Sânscrito. Segundo Roland Barthes o Sânscrito é a mãe das línguas.

Logo Mantra, é todo e qualquer som que emitimos e em qualquer língua, pois o poder não está na exata correspondência do som, e sim na representação daquilo que emitimos, existem mantras que são realmente Universais, mas são somente 4 deles até hoje. Nestes 4 mantras há uma exata correspondência entre a vocalização (Shabda) e a vibração (Dhvani) em qualquer pessoa, de qualquer cultura. Por este motivo existem os cuidados na Diksha no sistema HATHA em que o meditador não pode produzir estes sons na sua boca, pois o Guru está pronto para lidar com a força do Inconsciente quando ele usa estes sons.




INFORMAÇÕES www.mestrebhava.com












Um comentário:

  1. knowledge unreal!always want more, but in some measure is better.

    Ma Sheela

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